Segundo Gloria Mark, especialista em comportamento digital e professora da Universidade da Califórnia, Irvine, o tempo médio de foco ao olhar para uma única tela caiu de 2,5 minutos (2004) para apenas 47 segundos em 2021. Essa realidade, somada à hiperconectividade, nos faz refletir sobre a capacidade atencional humana.
A resposta está tanto no design de experiências humanas mais conscientes, quanto no uso estratégico de tecnologia e com intencionalidade.
A crise silenciosa da atenção
Hoje, muitas pessoas conseguem passar horas em redes sociais, mas não conseguem sustentar a atenção por 10 minutos em um conteúdo mais profundo. Segundo Mark, essa fragmentação da atenção está diretamente associada ao aumento do estresse, fadiga mental e perda da capacidade de reflexão profunda.
Estamos imersos em uma economia da atenção, onde cada clique, rolagem ou curtida tem valor financeiro. Nossa atenção virou ativo digital, e os algoritmos foram desenhados para maximizá-la, mesmo à custa da nossa saúde mental.
O que isso significa para quem projeta experiências digitais?
O impacto da perda de foco afeta educação, trabalho, saúde, consumo e até governança digital. Para especialistas, a solução está em criar tecnologias que respeitem o tempo cognitivo das pessoas e ajudem a proteger, não explorar, o foco humano.
Tecnologia não é o vilão. O problema é o modelo de uso.
IA, personalização e picos de atenção: o novo design cognitivo
Com a queda da atenção sustentada, a inteligência artificial passa a ter um papel vital em ajudar as pessoas a otimizarem seus momentos de foco. Plataformas que usam IA combinada com dados contextuais podem:
- Detectar padrões de atenção individual (cronótipos e ciclos de produtividade).
- Sugerir janelas ideais para tarefas complexas.
- Ajustar o ritmo de entrega de conteúdo conforme o nível de atenção do usuário.
- Aplicar mecanismos de fricção conscientes para reduzir distrações.
- Sugerir o afastamento da tela do rosto ou sugerir que a pessoa passe a utilizar pelo tempo de tela já dedicado.
Da crítica a consciência
A crítica à economia da atenção reside por colocar a tecnologia como vilã, mas, quando essas informações são usadas para benefício do usuário, o resultado é outro.
Designers de produtos, educadores, desenvolvedores e líderes digitais precisam considerar a atenção como variável de projeto.
Isso inclui:
- Criar experiências modulares, com tempo estimado para consumo.
- Oferecer feedback sobre tempo gasto e foco.
- Incorporar estratégias baseadas em neurociência da atenção.
Especialistas defendem a criação de dispositivos tecnológicos para detecção do uso excessivo de telas.
Soluções para tarefas criativas, como um botão no navegador para configurar insights e gatilhos, com IA generativa. Ou durante a necessidade de foco, apertar um botão para travar redes sociais e ficar efetivamente focado.
Ironia ou evolução? Estamos criando tecnologia para nos proteger… da própria tecnologia.
Da dispersão à presença: inovação com propósito
O problema está bem longe de ser a tecnologia, tudo depende do uso que fazemos do recurso. Inclusive, nos negócios. Proporcionar uma experiência tecnológica positiva para seus usuários é importante para evitar riscos de uso inadequado dessa ferramenta tão importante no nosso dia a dia, ainda mais imersos pelos avanços da Inteligência Artificial de agora e para o futuro.
Um dos diferenciais da Liven está no Discovery. Nós ouvimos os usuários e entendemos exatamente se sua oferta cabe de forma positiva para eles, se conversa com a estratégia do seu negócio ou se será só mais um desfoco para o seu time. Antes de propor ou desenvolver qualquer solução, ouvimos os usuários, analisamos seus contextos e avaliamos com profundidade:
- A tecnologia realmente resolve um problema relevante?
- Ela se conecta com os objetivos estratégicos da empresa?
- Ou será apenas mais um ruído no fluxo de trabalho, um novo ponto de dispersão?
Fale com a Liven e descubra como construir soluções digitais que respeitam e amplificam o potencial humano.